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Chile resgata sua uva mais tradicional


Chile resgata sua uva mais tradicional. Amantes do vinho agradecem

Por André Andrès
País. O nome é curioso e, ao mesmo tempo, simbólico. Fora do Chile, estÔ longe de ser apontada como a casta preferida por quem consome os tintos produzidos por lÔ. Se algum amante de vinho for consultado sobre sus preferências em relação aos rótulos chilenos, vai citar Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménère, Syrah, quem sabe a Carignan e por aí afora. Mas... País? Bem, ela estÔ pedindo passagem para fazer parte dessa lista. História e tradição para isso, essa casta tem. A País foi uma das primeiras uvas plantadas pelos conquistadores espanhóis nas terras chilenas, ainda no século XVI, trazida das Ilhas CanÔrias. Acabou se tornando a mais cultivada e a mais consumida casta do Chile. Com elas se faziam vinhos populares, suaves, aos milhares e milhares de litros. O tempo passou. As vinícolas chilenas passaram a refinar seus produtos, investiram pesado na Cabernet, na Carménère e, mais recentemente, na Carignan. A País continuou cumprindo seu papel histórico e sendo a uva nacional do Chile, numa mescla de popularidade e discrição. Até ser recentemente redescoberta por ótimos produtores...


Respeitem a cultura. Respeitem a tradição, afirmou, de modo enfÔtico, o enólogo Gonzalo Castro, da Philippe de Rothschild, em recente passagem pelo Espírito Santo. Em Domingos Martins, ele apresentava um novo projeto de vinícolas chilenas. Com um rótulo de referência, denominado Almaulé, grandes produtores do vale do Maule se uniram para uma ação associativa. J. Bouchon, Las Veletas, Garage Wine, Reserva de Caliboro, Gillmore e Cooperativa Loncomilla, entre outros, passaram a produzir um vinho com no mínimo 90% da uva País.

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Os vinhos da Massoc

A demonstração da enorme capacidade de se fazer bons vinhos com a casta foi reforçada com uma degustação ocorrida nesta quarta-feira, dia 18, na Wine Vix, em Vitória, sob o comando de Dimas Lanna, figura importantíssima do mundo do vinho no estado, e o winehunter chileno Ariel Perez. Eles apresentaram os tintos produzidos por uma vinícola dedicada a fazer vinhos incomuns. São, realmente, muito diferentes da produção chilena. Saem de cena o excesso de madeira e de frutas vermelhas sobremaduras, os aromas e os sabores muito pesados. E surge um vinho leve, saboroso, capaz de demonstrar como a fineza e a elegância podem brotar de algo bastante popular.

O projeto da Massoc Frères, a vinícola apresentada por Dimas e Ariel, foi iniciado em 2003 por François e Jean Paul Massoc. Os irmãos, filhos de chilenos, foram inspirados pelos vinhos e vinhedos europeus enquanto estudavam na Universidade da Borgonha. O plano de investimento em uma vinícola ganhou corpo em 2015, com a inclusão da paisagista e comunicóloga Noëlle de Mussy. A ideia era ressaltar a importância dos vinhos produzidos no Vale do Itata, conhecido por ter parreiras históricas, de mais de 100 anos. E, naturalmente, entre as castas mais cultivadas por lÔ, estÔ a País...

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Os vinhos da Massoc surpreendem. O rosé, delicioso, é produzido com Cinsault. O Le Moscatel derruba preconceitos: é um branco seco e muito gastronÓmico, sem sinal do dulçor característico de muitos brancos feitos com essa uva. E os tintos... Bem, você vai conhecer um pouco mais sobre eles logo abaixo. Trata-se de uma bela demonstração de como o resgate do passado abre um futuro extremamente promissor para a produção chilena. Para a alegria dos amantes do vinho...


Mapu Tierra Sagrada PaĆ­s AlmaulĆ© - O vinho assinado pela Baron Philippe de Rothschild faz parte do projeto associativo delineado com base no sucesso da Vigno, a ação de produtores em torno da uva Carignan. Funciona da seguinte forma: vĆ”rias vinĆ­colas se dispƵem a produzir vinhos sob um mesmo rótulo geral, neste caso, AlmaulĆ©. A base Ć© a mesma uva, ou seja, a PaĆ­s. As frutas saĆ­ram de videiras de mais de 120 anos. Na avaliação visual, o vinho anuncia sua leveza, com um vermelho translĆŗcido. Tem aromas de frutas vermelhas bem pronunciados, e na boca Ć© bem leve, macio. Bebe-se muito facilmente. Ɠtimo vinho.
Quanto? Em torno de R$ 140.


Massoc Fréres Assemblage - Normalmente, a definição de assemblage; é usada para indicar o uso de mais de uma uva em um vinho. Não é este o caso. O Massoc usa essa expressão para a mescla de uma só casta colhida em dois vinhedos diferentes, Juan Hijonosa e Alvaro Señor, no Vale do Itata. A País passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Vinho muito aromÔtico, com toques de frutas vermelhas frescas, redondo, macio. Delicioso. Em nada lembra os tintos chilenos mais consumidos no Brasil. Merece ser provado, sem dúvida alguma.

Quanto? R$ 330


Massoc Fréres Grand País - Um vinho superior. Produzido com uvas colhidas de parreiras com mais de 150 anos. Passa 18 meses em barricas de carvalho francês. Fosse outra casta, teríamos um tinto possivelmente pesado, com uma presença excessiva de madeira. A País se mostra diferente. Esse Massoc é a mais completa tradução da riqueza de alternativas oferecida pela casta. Pode, facilmente, ser comparado a um excelente Pinot Noir: tem fineza, estrutura, riqueza de aromas e sabores. Excelente tinto!

Quanto? R$ 330


Massoc Fortmidable - O vinho fortificado da Massoc Ć© surpreendente. TambĆ©m produzido apenas com a PaĆ­s, recebe aguardente vinĆ­fera e passa por guarda de cinco anos. 

O resultado Ć© um vinho doce extremamente parecido com bons vinhos do Porto, com todos aqueles toques caracterĆ­sticos do tinto portuguĆŖs, incluindo uma longa persistĆŖncia na boca. Um grande vinho para encerrar uma grande noite.

Quanto? R$ 250

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